Para que serve a Loxodrómia, curva associada à descoberta de Pedro Nunes?
A navegação pela bússola, orientada
por uma rosa-dos-ventos, poderia fixar uma direcção... digamos Noroeste,
e seguir esse rumo procurando aí uma localização conhecida.
O que Pedro Nunes tornou claro é que isso serviria localmente, em
latitudes longe dos pólos, mas tornar-se-ia bastante impreciso numa
navegação no globo terrestre. É fácil perceber porquê... ao manter uma
direcção que tivesse componente de Norte, por exemplo Noroeste, a cada
passo iríamos aproximar mais do Pólo Norte, e no limite essa
persistência levaria-nos numa espiral até ao pólo.
A concepção do mundo plano, no
planisfério, chocava com os aspectos práticos de grandes navegações no
globo esférico, ou quase esférico...
Esse
rumo em direcção ao pólo só seria evitado em direcções exactamente a
oeste ou a leste, onde se seguiria o paralelo, pela latitude onde se
estava.
Até aqui nada dizemos que não seja habitualmente dito desta ou doutra forma...
Porém
convém esclarecer que a bússola nada traria de especial ao conhecimento
de posição, exceptuando a possibilidade de orientação com condições
atmosféricas adversas, em que a nebulosidade não permitisse avistar os
astros de referência.
A identificação do Norte ou do Sul faz parte das designações que usamos:
- Meridional
resulta do latim para meio-dia, sendo claro que a posição do Sol ao
meio-dia, no hemisfério norte aponta sempre para sul (e de forma
similar, no hemisfério sul aponta para norte).
- Setentrional
estará associado às sete estrelas, ou sete-estrelo, que se justifica
hoje pela posição norte da Ursa Menor, constelação em cuja cauda estaria
a Estrela Polar.
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